"Enquanto procuramos ensinar a nossos filhos tudo sobre a vida, os nossos filhos nos ensinam o que é a vida"
Angela Schwindt








sexta-feira, 8 de abril de 2011

Maternidade real

"Casa de ferreiro, espeto de pau". Sim, sou pediatra (intensivista pediátrica, mas tudo bem...). Sim, sempre recomendei com veemência todos os dogmas e parâmetros de perfeição materna. Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses e continuar, pelo menos, durante todo o primeiro ano. Introdução gradativa da alimentação (frutas e papinhas - sempre feitas na hora!), reclusão da criança (e consequentemente da mãe) até o fim das primeiras vacinas, e assim  por diante. Até que um dia... engravidei! E aí a história tomou outro rumo. Durante a gestação, ainda mantive meus ideais. Me cuidei com afinco, não fiz nada que pudesse, nem remotamente, prejudicar  o bebê. Comprei vários potinhos prá armazenar leite materno, providenciei uma bomba elétrica para retirada (já sabia que teria que retornar ao trabalho com menos de 2 meses). Primeira rasteira do destino - não tive leite! Corre prá comprar mamadeiras, leite, troca leite, no meio de muito choro - meu, porque como pude perceber, a gatinha adorou o leite. Problema superado, tudo ficou mais fácil. Ir trabalhar tão cedo foi sofrido? Foi, mas fazer o que? Pelo menos meus peitos não vazavam a cada choro de criança... 4 meses, hora da frutinha! Fresquinha, né? Na maioria, sim, mas também muita papinha Nestlé, sem culpa nem remorso. E as papas salgadas? Deliciosas... e congeladas! Deixando nossa vida mais prática, pude manter o único ideal que não gostaria de quebrar: Crio minha filha sem babá! Lógico que tenho toda uma rede familiar de apoio, mas eu e o meu marido temos nos saído muito bem! Se nós estamos presos em casa? Muito pelo contrário, saímos muito (sempre respeitando os limites da nossa criança), já viajamos e em muito breve estaremos viajando de novo - os três, juntos e felizes! Como dizem minhas amigas, parece que já sou mãe de terceiro filho. Se tudo tem dado certo? Bom, a gatinha está enorme e super saudável, nunca ficou doente, come de tudo, até o que não deve (né, vovó?), é extremamente feliz e já engatinha prá lá e prá cá! Posso não ter feito um trabalho "perfeito", mas o que é perfeição?

Beijos e até a próxima!
Melissa

P.S.: Se você achou que eu carreguei nas interrogações, foi intencional. Qual a mãe que não vive cercada de dúvidas?
P.P.S.: Ainda aprontei muito mais, mas se contasse tudo, o post ía ficar enorme (e eu ía acabar perdendo a minha credibilidade de pediatra!).

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